O seguro antecipa o crescimento da economia


Postado em Quarta, 07 de março de 2018
O seguro antecipa o crescimento da economia

A indústria brasileira de seguros atravessa uma fase de franca expansão e de grandes movimentações empresariais envolvendo fusões, aquisições e alianças estratégicas, que pretendem consolidar as posições das principais seguradoras que operam no País. Novas arrumações de operações conjuntas como as do Itaú/Unibanco/Porto Seguro, Banco do Brasil/Mapfre e Bradesco/Odontoprev, confirmam que esse é um mercado de crescentes oportunidades e forte dinamismo. O setor de seguros deverá crescer mais de 10% este ano, enquanto se espera que a economia brasileira, como um todo, não ultrapasse a 1% de expansão. Dentro do setor, é visível o crescimento das regiões Norte e Nordeste, que vêm alcançando 50% a mais do que a média nacional. Essa é uma realidade que vai persistir por um bom tempo. O seguro vai crescer mais na porção setentrional do País do que no Centro-Sul. As razões para isso podem ser as mais diversas, mas vamos nos concentrar naquilo que está ocorrendo em Pernambuco.

 

Desde 2002, quando o então Sindicato das Seguradoras de Pernambuco começou a levantar e divulgar uma série de dados estatísticos sobre o comportamento do setor de seguros, previdência e capitalização no nosso Estado, foi possível identificar um crescimento vigoroso e consistente daquela atividade empresarial. Os dados pesquisados são de ordem real, já descontados os efeitos inflacionários medidos pelo IGPM no período analisado. De 2002 a 2008, o setor cresceu aproximadamente 15% ao ano, muito acima da média nacional da indústria de seguros. Isso significa dizer que o setor dobra de tamanho a cada cinco anos. No ano passado, as seguradoras que operam em Pernambuco atingiram um volume de receitas superior a R$ 2,2 bilhões, correspondente a uma participação de mais de 4% no PIB do Estado. Esse número em relação à participação geral do setor no PIB nacional foi de 3%. Nesses sete últimos anos (2002/2008), o mercado de seguros cresceu em Pernambuco mais de 150%, um aumento expressivo para qualqueratividade econômica, em qualquer lugar do mundo.

 

Debruçados sobre os números para encontrar a(s) justificativa(s) para tão invejável performance, a face mais visível da causa está no fato de que o seguro antecipa os movimentos da economia. Assim, o que levou a esse crescimento foi o processo de recuperação econômica de Pernambuco. Pelas avaliações realizadas, mesmo contando com séries estatísticas só a partir de 2002, acreditamos que esta realidade teve início em algum momento entre os anos 2000 e 2002, fruto dos pesados investimentos realizados no campo da infra-estrutura e dos primeiros efeitos dos investimentos em Suape. Para uma melhor compreensão do que se afirma, imaginemos uma indústria que se instale no Porto de Suape. Os efeitos econômicos da entrada em funcionamento desta unidade, só se farão sentir em dois ou três anos, quando a mesma iniciar a sua operação, gerando empregos, renda, tributos, com a conseqüente expansão da base produtiva local. Mas, do ponto de vista do seguro, ao começar a construção do empreendimento, faz-se necessária a cobertura de um conjunto grande de riscos. Nesse momento, são demandados seguros de transportes, máquinas e equipamentos, riscos de engenharia, garantias de obrigações, responsabilidade civil, riscos diversos, vida, acidentes pessoais e saúde - esses três últimos para os funcionários, próprios e de terceiros, que trabalham na implantação daquele investimento. Assim, o seguro sai na frente da economia. Ele pode ser usado como um instrumento precursor de cenários econômicos, que consegue antecipar as tendências de crescimento, como também de recessão. Uma indústria de seguros em ascensão significa uma economia aquecida e em processo de expansão. É o caso de Pernambuco, nesses sete últimos anos. E será assim, enquanto a economia do Estado continuar a dar sinais de profunda vitalidade.